quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Sentido Algum



Ó
loucura
doce clausura

que não sei se me domina
ou se já faz parte de mim

Ó
loucura
queria que não fosse assim

tão direto,
tão reto,
assaz e escondida,
sua inteira partida,
casa do fim.

O que eu faço,
se as mãos que me seguram
nessa realidade
são finas e me trazem
solidão?

O que esperar
de dias atravessados,
sangrados e ardentes
olhos no chão?

O relógio que me abraça
esfaqueia pelas costas

Oferece beijo e tapa,
todo tempo em proposta

O que me fez viver estes dias?
O que ainda me serve de gasolina
nessa rastejante espera da vida?

O que me resta é perguntar.
e por mim me enganar
na eterna hesitação

deixar que eu creia que estar
possa levar àlgum lugar
que finda no amanhã
ou na imaginação

Onde eu acordo vivendo o mesmo,
repetindo em detalhes o erro
de querer, por cima de mim, sobreviver.

Eu queria morrer.
Eu queria não estar triste
por ter que viver.

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