quinta-feira, 27 de maio de 2010

LE-PENDU




Já pensou
como é engraçado
o tempo todo
que ficamos
enforcados pelos
pés,
sentados
de cabeiça pra baixo nos
nossos calcanhares,
parados
pra pensar ?...

Pensando sem parar.
E o pior, ou nem tão
é que
pensamos parados.

A chaleira apita ao fundo
e enchemos a boca
pra dizer
entre os dentes
aquilo
que fisgamos em
pequenos baldes
nas nossas almas.

E voltamos a nós
mesmos,
mesmo sem ter
saido.
Mas há algo
que as-vezes-sempre
impede
que alcançemos
nós mesmos.

Nas estradas
que em veias se abrem
na metade do caminho
pra mente,
se fazem
das vias
aérias
cargas pesadas
pro sangue
arrastar
até a bomba mãe
que, se encarrega
de destribuir
dentre tantos,
aos olhos
e a boca...

Nos juramentos
feitos na mente
pra vida
não há nenhuma meia verdade
que se transforme por inteira
com o Sr. tempo.
Que costuma brigar
e obrigar
a acontecer...
Pelo menos
o (des)conforto
que na íris
se reflete
e vê.

Em mãos
estão
todos destinos.
Basta só querer
escolher...

Aperta-los.

ou

(a)Larga-los

E é sobre nada
que tudo começa!

É sobre tudo
que o nada não cessa!