terça-feira, 25 de outubro de 2011

O começo da ruína




até quando eu vou ter que ficar fingindo estar vivo pra colaborar com o mundo a minha volta ?
já cansei de interagir com essa imundice escrota que chamam de sociedade!
não aguento mais ter que doar minha vida pra contribuir para um quadro social aceitável e manter minhas aparências...
não sei mais olhar pra frente e enxergar alguma coisa que não seja a sobrevivência estagnada de antes.
a cada vez que eu me vejo no chão e espero passar pra acalmar toda a dor
eu me levanto maior, e mais baixo!
não sei definir se o que eu vejo é o fundo ou só uma sombra
ou uma prateleira pra eu me encostar nos livros e adormecer.
melhor viver do que existir
mas só existir dói demais,
até quando vou ter que fingir que estou vivo ?


sábado, 22 de outubro de 2011

Ego



Tudo que se faz desde passar um batom
até comprar um sapato novo
é pra satisfazer uma criancinha mimada de 5 anos!
Todos os sabores que você aprecia lentamente descendo pela garganta,
todos os cheiros que você se embebeda,
tudo o que você cogita e tenta,
tudo que você faz pra progredir,
são feitas única e exclusivamente pra ela.
As coisas só funcionam a favor dela!

Sempre!

Seu intuito é sempre satisfazer.
E quando se obtêm prazer é de se esbaldar...
e o Objetivo primal é obter o prazer de uma fonte segura,
crianças não gostam de novas experiências até que as tenham feito e provado do seu sabor bom.
Por isso ela vai sempre querer repetir a mesma brincadeira até enjoar da sua cara.
E se você não a satisfaz ela se vira contra você.
Cruza os braços, faz beiço
e fecha a cara...
Tudo pra te fazer voltar contra si mesmo
e se inconformar com o fato de não sacia-la.
Chegar nessas conclusões, ainda mais com a cultura inútil que se tem talvez seja de se admirar...
Mas ainda é extremamente complexo chegar nessas conclusões sozinho, descobrir que 100 anos atrás isso já tinha seu valor acadêmico
e o pior de tudo é não saber lidar com uma coisa que você supostamente fantasiou saber como ocorre.
É praticamente impossível manejar isso.


Estou inconformado e desinteressado.
Eu deveria explodir, mas não aceito esse fato!
Eu não carrego,
e/ou não aguento
esse fardo.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Retorno



Hoje eu acordei para o fato de que eu realmente estou morrendo aos poucos.
debaixo da agua caindo com barulho de chuva nos meus cabelos eu me atinei.
eu que não sei de quase nada, que já tentei me expandir para todos os lados.
Hoje acordei pra morte

Algo me fez conversar tanto comigo mesmo sobre o que eu me proporcionei
e o quão eu sou um homem comum, medíocre e ordinário
que soma números iguais aos outros, sem méritos reconhecidos, e com razão.
Fiquei tanto tempo pensando nisso que me enruguei.

Fiquei tanto tempo me recolhendo em mim mesmo
que quando me dei conta eu estava lá,
de pé, olhando pra rumo nenhum,
como se eu estivesse vivendo numa realidade pontilhada.

Eu sequer tenho um espelho pra me olhar.

Não estou me cobrindo com nada pra falar sobre isso
e o pior de todos os fatos é que mesmo eu achando que sei sobre algo
não me muda o suficientemente pra que isso se torne algo irreal no momento.
Talvez isso contribua para que eu me forme melhor posteriormente.
É a única coisa que me reconforta e me deixa menos triste comigo mesmo.
Esperar que amanha eu não precise esperar
e que as coisas vão, por si próprias, tornando-se algo da qual eu construí estagnado no início.
O objetivo principal não é a auto-depreciação, nem a sociopatia...
Mas é claro mais agora que nunca que me usar pra me salvar está, cada dia mais,
acabando comigo mesmo
e o tempo que eu perdi, eu nem sei. E mesmo que soubesse!
Não há diferença. Eu vou continuar errando até que não haja mais tentativa.
Tudo forma um ciclo:
O desgosto por ser e
por saber,
o desgosto por desgostar
e não mudar, denovo então por saber
o que me joga pra qualquer outro item acima novamente e o recomeça.
O conforto que eu espero pra vida só vira quando não existir mais nenhuma questão
e isso só vira no final, meu belo amigo
no final, meu único amigo...

e eu Ainda me sinto confortável em viver errado!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Nunca



Se você acha que o que você gosta,
o que é belo e te atrai
te faz viver e viver melhor,
se você sente isso,
então seria melhor você pegar uma garrafa de rum
daqueles bem vagabundos,
amaçar o seu maço a procura dos ultimos cigarros
e estragar a sua vida devagar
e acabar com ela aos poucos,
ou talvez pegar uma arma e estourar seus miolos
só pra pintar a parede, e ver se a cor fica bonita
e combina com a cor do criado.
Se você se questiona a cada dia
o porque está vivo e não ve nada de graça na sua vida,
convive e sobrevive a cada ocasião apenas pelo prazer de deixar a morte mais perto
e tornar-se íntimo o suficiente para se sentir confortável na sua presença,
Se você sabe isso pra você, geralmente, é o que importa.
Porque a única importancia que existe é a própria.
O conforto de estar vivo e o incomodo de não saber viver
vai me dar cada dia mais vontade de me perguntar
o porque deu não ter morrido antes ou de ter nascido depois,
o porque de ainda perguntar e não ir pra frente
Nunca.