quinta-feira, 26 de maio de 2011

Deixar-se ir



Como uma criança que sabe viver sem os pais,
autênticamente livre pra poder executar o que leva a sério.
O que dentro de sua pequena mente conturbada se torna realidade.
Pros olhos leigos e inocentes,
alvejados com verdades duras
cravejado por necessidades
e responsabilidades brutas.

Uma forma tosca, sem lapidar, sem trato.

Tudo o que eu, incansavelmente, repugnava
foi tomando forma e me tomando de forma
que eu pudesse apenas olhar
e como antes, dizer:

-Eu me tornei.
E entornei-me.

O medo que outrora me assombrava,
me assustava, e fazia rapidamente
eu me arremeter por debaixo de outr'asas
não me assusta mais veemente como antes.

Vem em mente,
que posso nesta conduta seguir, e ser uma criança.
Me deixar levar pela correnteza vital
e abrir a mente pra tudo que há de vir,
mas,
pra isso tenho que aceitar o que vier
e o anormal pode se instalar.
A incorrigível sensação de não ter
mais o senso do real.
Daí provem também que eu posso perder todo o meu eu
e morrer sem ser avisado.

Medo de morrerem-me sem eu saber

Quando se percebe, já esta lá dentro,
e mesmo que admitam sua ciência,
não conseguirão explica-la,
estuda-la
ou explana-la - como queira -
e terão medo do sem medo,
do sem limites e sem pré definições
abundando seus espaços internos.
Terão medo daquilo que define por si o que vê
e o respeita pelo que quer que seja.
E você também os terá.

Te deixarão mais um pouco
pra amadurecer.

Pra ganhar cor.

verde
        amarelo
                    vermelho
                                  preto

Até você cair do pé.
E não cair em pé.

Não se aguentar dentro de você mesmo.
Vai estar cansado de mais tentando sair de dentro de si
e só vai poder deitar
e melancolizar o fato
de que você já era!

Mas ainda sim são dois sentidos pro mesmo faro,
um sorriso e uma lágrima pro mesmo rosto.

Chronos aguarda e guarda dentro de si a resposta pra isso
e só saberemos quando o final chegar.
podemos nos mover,
e ter em nosso poder o leme
até lá, podemos ver,
ou podemos virar,
mas quem rema não somos nós...

Ai sim,
o segredo dessa vida
vai nos livrar de todas as questões
e nada mais terá de ser respondido ou esperado.

sábado, 14 de maio de 2011

Entulho



Todo mundo julga ter um bom pretexto pra ser idiota.
A dor,
o medo,
a incerteza.

Um monte de merda pra tampar os olhos  pro que se torna necessário
com um pouco mais de tempo.

Alguém que está longe,
alguém que não volta mais.

Todo mundo joga o peso das lágrimas
pra outros ombros,
pra outros horizontes tortos.

Todos não ditam uma regra,
não uma regra certa
nem um regra errada.
Nenhuma.

Mais uma vez, o mesmo fato,
simples e claro,
de que nada se aplica a tudo.

Não se decida por ser algum tipo de pessoa.
Não restrinja-se
nem se encaixe em alguma descrição generalista.
Isso não é você.
Aquilo não é você.

Não se culpe pelo ser.
você é isso que você vê
quando olha pra você mesmo
de uma forma sincera
e pra você isso nunca vai estar errado
e nem certo.
Isso vai além até onde você deseja ir além.

Não se culpe pelo que você é.
Não se decida por ser ruim nem por ser bom.
Não restrinja-se!


É uma questão de convivência consigo mesmo.

Não se culpe pelo que você é!

Quanto é essa importancia pra sua mente?



Eu estaria mentindo se falasse que a verdade é de outro jeito.
Mas e daí ?
Ninguém precisa ou quer saber...


A vontade é mera especulação da mente
sobre as verdades que ela inventa
pra cobrir os erros
pra sanar os devaneios

e Isso vale pra quem sente-se.

Andam comendo meu cérebro,
mas eu o recupero
e construo mais... não vejo problema


há tantos outros pra esconder este.