sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Tic, Tac, Urgh!



Todo ano se repete.
É a mesma coisa,
sempre uma copia,
da copia,
da copia...

Um sentimento de inutilidade
e inexpressividade,
é o que eu sinto, por todo
esse período específico.

O único intuito permanente
sob meus instintos
é de me fazer um lixo
e sentir-me cada vez pior.
Uma imensurável vontade
de não viver por uns dias,
de não precisar compartilhar
alguns sorrisos tristes,
de não suportar e
não ter de ser suportado
por outros...
Um medo profundo, de errar
na pior hora
com quem talvez não tenha nada
a ver!
Não vejo nada em que me apoiar.

Enquanto brigo por uma caridade de sono
levo uma surra do cansaço,
que não me deixa pregar os olhos.

Tudo o que significa nada pra mim.
Me enche de sentimentos
infundados,
duradouros,
raiva, ódio,
repúdio.
Me sinto incapaz de guardar tanta
desordem dentro de mim.

A todo momento acho que vou explodir...
Daí provem o medo!
É como caminhar nas brasas
durante alguns dias.

Um urro de dor se acanha dentro de mim
e isso não vai me tornar melhor.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A Way



You can break your legs.
You can leave yourself to soak,
and see himself reflect
in his eyes half wet.

You can try.
Or give up if you want.
But, it always ends up at the beginning
of a same purpose.

Nothing will die for their willingness.
It can not be changed.
Nothing will grow, only from willingness.
And maybe you want to change.

You define what differentiates, you from other.
The rest, just make you equals...

domingo, 12 de dezembro de 2010

Self-Destructive Recreation




A falta da falta nem sempre é presença.
E no final, tudo acaba como antes...
Uma cópia de todo o resto.








 



Não durmo.
Nem consigo me manter acordado.

Sem motivos e sem razão,
Nunca os tenho.

Chorar por chorar...

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Constante Verdade Aleatória












Eu cansei de agir 
como os outros esperam que eu reaja.
Me tornei um idiota. 
Mas me tornei eu mesmo!  

 Nada, com um cheiro de corpo.

domingo, 31 de outubro de 2010

Notas de um Banco de Praça

Ouvinte: Parte 1



Num banco vazio de Praça,
assim, como tantos outros, 
resolvi me sentar.
Pra pensar um pouco na vida,
e em seus porquês.
Questionar.

Depois de pouco tempo ali,
revivendo reflexos do que já passei,
senta ao meu lado um senhor.
Tinha lá sua experiência.
Acredito que mais de 70 carnavais,
mas, bem aparentado,
não era nem um pouco ranzinza,
tampouco mal encarado.
Seu olhar era sereno
e seu ar gracioso.

Não demorou muito pro senhor puxar um assunto.
Ele parecia sedento por uma prosa
e não sei porque eu parecia um bom companheiro para tal...

Depois de uma breve saudação,
e um comentário sobre o clima,
o senhor pois-se a falar:

 -É meu querido, aproveite a vida,
porque ela passa depressa,
somos hospedes passageiros.

Mesmo já tendo ouvido tanto isso,
aquele senhor se referia com tal tom,
com tanta sinceridade e pureza,
que me surpreendeu!
Via sinceridade e coragem naquilo que ele disse.

Entre uma e outra tosse fraca ele continuou:

 -Nós passamos por tanta coisa...
eu vivi bons momentos, não sou de negar.
Ri com meus amigos, e como ri, de tantas, quantas
bobeiras você não há de imaginar!
  Pode não parecer, mas já brinquei de ciranda,
já corri quilómetros atrás que piques, de bolas...
  Tive e tenho esperanças, meu olho agora fosco,
já brilhou marejado ao ver alguma luz ao final, 
uma ponte que atasse pontas, algum livro 
ainda que velho na estante, ou,
uma roupa antiga do meu pai,
que havia se escondido no armário, 
e agora parecia-me tão bonita e charmosa... 
  Sim, eu sou esperançoso, 
e não tenho vergonha de dizer, 
que nessa altura da vida, ainda sou!

Quase quis rir, quando vi aquele senhor esforçando-se
pra manter o equilíbrio mesmo sentado, 
rindo com os dentes que lhe faltavam, - ou melhor dizendo: que não tinha -
arqueando a branca sobrancelha,
amiudando seus olhos que já não viam tudo.
Continuei de ouvidos abertos, muito atento ao que o velho dizia.

 -Sei o que você deve estar pensando agora meu "filho":
Nos amores que tive.
Se é que tive... você cogita né ?
Sim sim, eu tive.
E de todos os tipos. 
Não que seja digno de classificar,
mas, tive amores.
E eles me deixaram muito feliz por muito tempo.
Ainda que nunca achemos nossos pais perfeitos, 
tive os meus, e eram bons.
Eles foram muito importantes pra eu ser o que sou hoje. 
Não é atoa que nutrí amor aos véios. he he he

E mais uma vez podia reparar na sua gengiva
quase saltando pra fora da boca murcha.

 -Existe também o amor amigável.
Aaah, meus amigos foram quase tudo na minha vida como já disse.
Dalí provinha as mais profundas gargalhadas, e acredite meu jovem,
nenhum sorriso por si só é feliz, mas rir junto, é muito mais reconfortante.
Amigos chegam, e as vezes infelizmente acabam saindo da nossa vida,
cada um vive a sua independentemente de outros.
  Há as mulheres também... Nunca fui famoso entre elas, tímido e sempre estranho a moda, 
tive poucas, porem sinceras companheiras.
É difícil lidar com esse tal de amor...
Talvez posso estar enganado, mas o amor nunca é equidistante
meu jovem, ainda mais entre homem e mulher. 
E nós seres-humanos, sofremos por isso.
  -Se existe algo que eu quisesse era pesar o amor. 
Pra ver aonde sobra, aonde falta.
Tirar aqui... Retocar ali.
E assim poderia me tirar um melhor proveito.

Astuto, julguei que era melhor não comentar nada, nem
interromper, pro senhor não se perder no andar da carruagem. 
E, assim, o meu silencio se fez.

 -Meu caro amigo...

Já me sentia como um antigo conhecido de suas aventuras
depois desse adjetivo.

 -Talvez por me rotular esperançoso, tenho que lhe confessar que sofri muitas
decepções na vida.
não só ri, como chorei.
não só tive, como perdi.
não só esperei, como não recebi...
Talvez se não tivesse tentado ser tão bom
eu poderia ser melhor para as outras pessoas.
As decepções, principalmente pra quem é esperançoso,
são muito frequentes, e a tristeza é inevitável,
porém,
da pra conviver.
Não se evita a decepção,
mas, o sofrimento é opcional.
Na vida acontece muita coisa que ninguém deseja,
mas isso serve para que as coisas certeiras
tenham valor extra. 
Pra que tenhamos momentos
sublimes e finitos mais especiais ainda.
E por mais que muita coisa tenha se passado
eu sei que não existe só um:
Eu Fui...
Existe também um:
Eu Vou...
 -E eu realmente vou, já é tarde, e tenho de passar o café!

Não me aguentei e quis saber ao menos o nome do senhor.
Então o questionei, e ele, já se levantando e partindo
com o auxilio de sua bengala, ajeitando sua boina e a barra da calça
me disse junto de um aceno de despedida:

 -Aldir, e até logo

Um fim de tarde.
O sol alaranjado.
O Inconsciente de mãos dadas
com o Consciente.
O banco.
e o Nada soberano.
Eu.

domingo, 12 de setembro de 2010

Biométrico



Talvez em momentos de extremidades
é que dizemos a verdade,
que estava entupida nas veias há tempos,
ou talvez,
dizemos o que não queríamos dizer
nem devíamos...
Nos comprometemos demais.
Em meio tempo,
em meio a outras palavras convencionais
esquecidas com o apagar dos dias.

Aberta agora as cortinas do espetáculo
e a mente dos leitores, e,
aos olhos do atento ouvinte,
vestem-se mascaras de orgulho,
de conceitos,
e de ações automatizadas por nós mesmos!

Almas dançam, contracenando com
a política dos atores diários
em meio a hipocrisia celestial
e o senso do convívio social...

Certo tempo tenho andado cabisbaixo,
e talvez por isso não tenha notado...
Que agora, assim como sempre

existe vias, saídas, válvulas.
Sorrisos que abrem caminhos pra que eu possa
junto caminhar!

Uma multidão
varrida de mãos, dispostas a equilibrar
e dar "continualidade" num ser.

Uma, ainda que pequena, mão,
mostra-me uma imensidão
de um ser completo.
O sentido desperto
em alvorada que envolve os sentimentos
e pensamentos vendados, lacrados,
ao olhar vago dos desapercebidos.

Tudo em sua forma...
Desvendar de novo,
o que a vida nos traz a viver!

Tudo esse, de modo
confortavelmente exacerbado,
que cabe num tamanho só...
punho meu cerrado.

sábado, 10 de julho de 2010

metalic blow Blues




faz me desligar de tudo
e de mim mesmo...
daquilo que me constitui o dia
me livra do que esta longe
do que esta perto
ou adiante...

danço, rodando dentro de um eu
que desconheço nos momentos
que não estou em sua companhia
entre uns e outros caminhos...

me faz levitar internamete
e eskecer rancores e dores,
as ancoras,
arrastar as trancas,
e tudo akilo que me prende
a outras coisas,
a outras pessoas...

me faz eskecer do mundo.
que ele existe
que eu preciso respirar
e me importar com o amanhã.
ó sim, o vazio amanhã...

me leva pro meio do oceano vazio
aonde eu me bailo flutuante
sem ver, nem ser
niguem...

me faz kerer sentir mais

entorpecente droga sedativa da realidade
alucinando momentos aonde o nada está de braços com o tudo

e só existe o caos... ou não!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

LE-PENDU




Já pensou
como é engraçado
o tempo todo
que ficamos
enforcados pelos
pés,
sentados
de cabeiça pra baixo nos
nossos calcanhares,
parados
pra pensar ?...

Pensando sem parar.
E o pior, ou nem tão
é que
pensamos parados.

A chaleira apita ao fundo
e enchemos a boca
pra dizer
entre os dentes
aquilo
que fisgamos em
pequenos baldes
nas nossas almas.

E voltamos a nós
mesmos,
mesmo sem ter
saido.
Mas há algo
que as-vezes-sempre
impede
que alcançemos
nós mesmos.

Nas estradas
que em veias se abrem
na metade do caminho
pra mente,
se fazem
das vias
aérias
cargas pesadas
pro sangue
arrastar
até a bomba mãe
que, se encarrega
de destribuir
dentre tantos,
aos olhos
e a boca...

Nos juramentos
feitos na mente
pra vida
não há nenhuma meia verdade
que se transforme por inteira
com o Sr. tempo.
Que costuma brigar
e obrigar
a acontecer...
Pelo menos
o (des)conforto
que na íris
se reflete
e vê.

Em mãos
estão
todos destinos.
Basta só querer
escolher...

Aperta-los.

ou

(a)Larga-los

E é sobre nada
que tudo começa!

É sobre tudo
que o nada não cessa!

domingo, 25 de abril de 2010

Viante





Viver.
Mergulhado num grande poço profano de pensamentos
da onde só provem merdas e mais merdas
e a cada minuto mais atolados estamos...

Morrer um pouco em cada um dos dias do nosso dia-a-dia,
visando o fim que não avistamos
e quando dobrarmos a esquina
a surpresa que nos saudará será tão óbvia quanto a vida pode ser,
ou queira ser.

Caindo em nossas graças,
das oportunidades geradas de um simples sentimento...

Do qual enchemos nossos corações
para esvaziar nossa mente
e provavelmente,
seguir em frente...

Sem ter que ser!
Apenas querer...
Sonhar, sentir...
Viver...

Num mundo que não é nosso,
mas,
está em nós
e que vai muito alem disso...

Que bom seria, se eu pudesse não pensar.
E pq mal seria se tornar aquilo que keira ?...

Viver...
É tão simples,
ou pode não ser!

Ser vivo.
Ser.
Vivo.
Viver!