Apenas sabe-se que não há vida atrás do opaco ardor dos seus olhos
Profundo e gotejante negro, que avassala em uma espiral
Sereno e sincero olhar interior, calmaria da alma
Os dedos retalham as cordas, e elas soam raivosamente ecoando dentre as ondas do seus cabelos e barbas dourado palha.
Suas feridas estão expostas, seu ardor está vibrante,
suas chagas são cartazes, seus sentimentos estão a venda
mas o preço não atrai ninguém
e a arma apontada para sua cabeça não ajuda
Entre os lados possíveis, as pernas bambas e fracas
entorpecidas pelo som, tentam fraquejantes sustentar a caixa esquelética que circunda seus pulmões inicialmente esfumaçados
Há uma cortina de pelos tampando o rosto e uma estranha camada de despreocupação alheia vestida na pele, incrustadas nas rugas que já morreram na sua destemida face risonha. já se foi.
O pano que recobre seus ombros são tão falhos e imundos quanto o topo de sua presença. estão rasgados, velhos, parcialmente inutilizáveis e provavelmente com mal cheiro, mas o desvio é um grande favor na alienação dos sentimentos, e não importa o que saia dos seus pés e dobras, há sempre uma rota alternativa para um conforto inocente.
Sua ferramenta esta longe de causar alguma intimidação
ela atrai e repulsa tudo que poderia se imaginar da soma do ser e da coisa.
ela é uma via, aonde os fatos passam do inconsciente dormitório ao passeio de manhã num jardim de outono, ainda que com sua camisa de força e suas coleiras cheias de peso metálico.
Ainda que impreciso seus apêndices sobre a condução de uma expressão, existe um verdadeiro e profundo sentimento sendo gritado ali, de dentro pra fora, e há poucas coisas que possam captar e vibrar ainda que dissonantes, em resposta a vontade de dizer algo.
A perícia é minimamente requisitada, desde que ainda seja de forma real.
Não se trata de alguem...
E ainda que totalmente deturpado o sinal, a frequência e forma única, simples e sofisticada com que esses ventos ganham direção, eles ainda estão soprando, e assoviando em cada curva
Deixando para trás cada momento morto
e matando um novo presente.