sexta-feira, 29 de junho de 2012

Freio...




Novamente, novamente é estranho ter que debulhar assuntos
e lembrar que ultimamente eu ando tão alheio as outras coisas
e pensando tanto em mim que ja estou esquecendo de viver.
     
Ando achando tudo tão sem graça, e as coisas me parecem diferentes
de como eram antes... eu apenas acho e não consigo mudar
posso conviver com isso, esquecer e deixar passar por saber
que é apenas o que é e vai continuar normal.
     
Mas são coisas muitas essas, que sempre se amontoam num sofá bordô despedaçado e desbotado
num canto de uma sala cinza com paredes rachando por todos os quatro únicos cantos,
o pó tomando conta do chão de tábua e a luz fraca, amarelada de 40wats
deixando passar desapercebido os mosquitos e a poeira pouco densa que sobe do chão.

Como um monte de roupas velhas, a vontade é de ficar inerte
e debilitadamente impensante, confortavelmente entorpecido
sem lembrar que existe um mundo totalmente ridículo para se viver lá fora.

Menos ridículo apenas que uma mente que pensa que pode julgar os fatos
e saber que está num local antiquado para suas experiencias.
Que enquadra cada pensamento num local inadequado apenas pra
saciar a sua vontade de estar certo e diferente, e supostamente indiferente.

A vida é longa, e ninguem disse que seria um mar de rosas.
Ninguém disse.

Niguém.

A viagem só não continua pra quem não está no trem,
a viagem não continua pro trilho,
a viagem não continua pro carvão
que fica pra trás
com o ar
que é mais livre
do que as rodas de ferro frio
que tem destino certo.

... Onde está você pra cantar pra mim os ruidos de ninar ?

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Vontade




perdi toda a graça que eu tinha,
eu perdi todo o meu repertório de harmonia,
perdi a vontade de ser diferente,
de querer ser mais do que só gente.


eu não queria eu pro mundo.

domingo, 24 de junho de 2012

Prorizonte Distante



Acho que não fosse por outras ancoras dimensionais
recreativamente me martelando na bigorna em busca da realidade
facilmente eu me esqueceria de mim mesmo
até o ponto de não existir mais dentro de mim.

Uma casca fina de simpatia e compaixão.

Parece que todas as cordas, todas as correntes,
todas as pontas e vertentes que me ligavam ao futuro sólido, rígido e frio
se acalmam discretamente atrás na fila de espera.

Amanhã eu me vou,
e ninguém vai sentir a falta que há de existir só praqueles que ainda se lembram.