quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Fica Mais Um Pouco


Sem mais
Um momento pra eu respirar
Eu consigo num ponto achar
Um motivo, um espaço algum
Que me traga de volta

O ar
E devolva pra mim a razão
Pois na cama não vou encontrar
Um espaço e motivo algum
Que me faça querer

Esquecer
Todo o dia que eu me deixar
Toda vez que eu olhar para trás
Todo sonho que ainda me traz
Um pedaço de dia

Ruim
Todos olhos olham para mim
Todo dia é o começo do fim
Cada dia é uma nova festa
E sorrir é só o que nos

Resta
Talvez pra fugir do perdão
De si mesmo, e buscar em vão
Um descanso finito e tranquilo
Os meus dentes escondem o

Não
Que afiado me corta a garganta
E se tranca atrás do meu grito
Eu o mato e me ressuscito
Esperando o

Fim da semana
Do trabalho, da escola, da vida
Minha história que se multiplica
Em pedaços que não são tão meus
E o riso que então me

Restava
Se transforma no leito de um rio
Que transborda num peito vazio
Onde a autentica angustia dança
Afastado de mim eu

Descanso
Ao menos tento deixar-me calado
O meu corpo anestesiado
Já não lembra o que é dormir
Só faz parte de um

Existir
E deixar de sentir o que pensa
É morrer por viver tão de pressa
Deixar de pensar no que se sente
É viver a favor da

Corrente
Que me prende na realidade
Na real, já passei da idade
De ser assim tão irreal

E pra que viver afinal?