sexta-feira, 5 de abril de 2013

Gatilho eidético



Você se lembra dos antigos campos
onde se construíam correntes,
onde era verde e passageiro ?

Mas já não é mais

Lembra onde as ideias permeavam um mundo
hoje conhecido como irreal ?
As projeções eram simples
e idiotas, e não há hoje sinal aparente
pra que fosse verdade todas as
vontades.

O limite da verdade interior,
e do sentir-se,
vai até o fim de si mesmo e não passa disso,
embora algumas dessas verdades tentem fugir,
embora alguns olhares tentem roubar e
definir a verdade alheia, cada uma é exclusiva
e a única que é real e verdadeiramente
interessante, pra quem a vive.

É estranho o pensamento de desespero
quando se fala na morte do corpo,
no preparo que temos para quando
a vontade desaparece.

Se você não está indo agora, não há porquê
se desesperar, e se você está,
não tem amanhã para se preocupar
e chorar seus lamentos de não existência

Ainda creio eu que não seja essa
uma ideia mórbida.

Inseridos sob os olhos, uma pequena dúvida
instiga toda a atenção à deitar-se com a preocupação
da divindade de viver através do amanhã

Um evidente sinal vital que se arrasta
pra justificar o novo raiar da íris,
a descoberta da luz,
o reflexo das horas;
Um sentimento de fim interno do eu
alongado e espalhado
sobre uma grande fatia de pão

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